Os homens de negócios costumam divisar maior número de oportunidades para reduzir custos do que aproveita-las. Em nenhum outro setor isso é mais verdadeiro do que no da distribuição. Alguns exemplos dados a seguir dão uma boa idéia do problema que essa falta de visão encerra:

 Um fabricante de embalagens, com um faturamento anual da ordem de um milhão de reais, vislumbrou a oportunidade de reduzir em 150 mil reais os custos de suas operações.

 Uma cadeia de drogarias, cujo faturamento atinge um milhão de reais percebeu a oportunidade de economizar 200 mil reais por ano em sua rede de 40 estabelecimentos e evitar a necessidade de investir 500 mil reais em instalações e equipamentos para distribuição de mercadorias.

No entanto, nenhuma dessas empresas conseguiu pôr a mão nesse dinheiro!

Mas por que, se todas elas são empresas bem sucedidas e muito bem administradas? A indústria de embalagens tivera êxito num setor industrial em que muitas outras firmas já haviam fracassado. A rede de drogarias tinha dobrado de tamanho nos últimos três anos e, com toda certeza, dobraria uma vez mais nos próximos anos.

A julgar por tão grande sucesso em todos os demais aspectos do negócio, a incapacidade de compreender a importância de melhorar a distribuição de mercadorias era uma paradoxo.

As razões eram as mesmas nas duas empresas. Suas atividades no setor da distribuição achavam-se inter-relacionadas de forma extremamente complexa, sendo que a responsabilidade pelas mesmas se diluía por toda a organização. Não havia um único responsável pela distribuição e ninguém tinha autoridade para coordenar as diversas atribuições ligadas à distribuição.

Em suma, embora essas empresas tivessem criado condições de realizar uma análise prévia e global da distribuição de seus produtos, não estavam devidamente organizadas para executar um trabalho complexo de distribuição.

Inúmeras outras empresas encontram-se exatamente nas mesma condições hoje em dia, por isso estão em desvantagem em relação aos concorrentes, tanto nos custos da distribuição como no atendimento.

Ao aplicar as técnicas da ciência administrativa ao problema da distribuição física de mercadorias, os homens de empresa têm conseguido descobrir meios de ganhar milhões de reais, todavia, poucas dessas oportunidades de ganho aparecem na demonstração de lucros e perdas.

Em parte, isso se deve ao seguinte: tendo percebido que a distribuição física de mercadorias absorve uma boa porcentagem do custo total e a eficiência dessa operação representa uma importante arma de concorrência, a administração das empresas tem desenvolvido a capacidade de analisar e criar sistemas de distribuição que reduzam ao mínimo os custos totais envolvidos, contudo, os executivos estão achando mais fácil analisar os custos totais da distribuição do que administra-los.

Administrar a distribuição com a maior eficiência possível é um excelente caminho para reduzir custos e aumentar os lucros.

Referência Bibliográfica
STOLLE, John F. Como administrar a distribuição In: Biblioteca Harvard de Administração de Empresas. São Paulo: Editora Abril, 2005. p. 43-49.

*Carlos Frederico Corrêa  da Costa é doutor em História Social, bacharel em Administração. Elaborou o projeto, implantou e coordenou  o Curso de Bacharelado em Administração do Campus de Aquidauana/UFMS