A necessidade mais importante e premente da vida organizacional não é de melhores comunicações relações humanas ou participação dos empregados, mas de poder.

Defino poder como a capacidade de modificar a conduta de outros empregados da maneira desejada, juntamente com a capacidade de evitar que seu próprio comportamento seja modificado por outros empregados de maneira indesejáveis.

Executivos (administradores) precisam de poder porque, infelizmente, muitos empregados carecem de disciplina; para esses empregados, trabalho é algo a ser evitado. Em sua escala de valores, "felicidade" é o objetivo último. Para que a organização seja produtiva, tais pessoas devem ser disciplinadas.

Sem poder não há autoridade, sem autoridade não pode haver disciplina e sem disciplina pode haver dificuldade em manter ordem e sistema e em obter produtividade. Um executivo destituído de poder é, portanto, quase sempre uma proa sem cabeça. Quanto mais alto está o executivo na hierarquia da administração, maior a necessidade de poder, isto porque o poder tende a enfraquecer-se quando é disseminado para baixo.

Como podem executivos chefes e outros administradores que possuem pouca ou nenhuma parte do capital de um negócio consolidar poder suficiente para garantir sem emprego e impor suas ordens quando ncessário?

As oito recomendações que se seguem são de trinta anos de observações de grande número de executivos administrando uma variedade de empresas.

1. O executivo deve adotar todas as medidas que possam assegura sua compatibilidade pessoal com os superiores.

2. Quer venha de fora para a empresa ou seja promovido dentro dela, o executivo deve obter um contrato de emprego.

3. Ao assumir uma atribuição importante, o executivo deve obter de seus superiores uma clara, concisa e inequívoca declaração, por escrito, de seus deveres, responsabilidades, relações de prestação de contas e âmbito de autoridade.

4. O executivo deve ter excepcional cuidado de encontrar subordinados que combinem competência técnica com segurança, fidedignidade e lealdade.

5. Uma tática defensiva útil para o executivo é selecionar um conselho de diretores complacente.

6. Em negócios, como na diplomacia, o mais importante estratagema de poder é o executivo estabelecer alianças.

7. O executivo deve reconhecer o poder da bolsa de valores nas decisões da empresa, quando ela tem ações na bolsa.

8. O executivo deve compreender a importância crítica de canais de comunicação claros e críveis, de todos os níveis de seu pessoal para cima e dele para baixo.

A posição do alto executivo que tem pouca ou nenhuma parte do capital da empresa é muitas vezes perigosa, com pouca segurança no emprego. Se as coisas correm bem, seu mandato está geralmente assegurado; se correm mal, no mais das vezes fazem dele o bode expiatório. Como muitos dos fatores que afetam seu desempenho estão fora de seu controle, ele está constantemente sujeito a ameaça de desastre. Sua única esperança de sobrevivência nessas condições é adquirir e conservar poder por táticas que são em grande parte políticas e meios que são, pelo menos em parte, maquiavélicos.

Referência Bibliográfica
McMURRY, Robert N. (É diretor de The McMurry Company, empresa de psicólogos de administração e consultores de pessoal, em Chicago/EEUU). O Poder e o Executivo Ambicioso In: Coleção Harvard de Administração. São Paulo: Nova Cultural, 2002. p. 63-76. v. 3

*Carlos Frederico Corrêa da Costa é doutor em História Social e bacharel em Administração. Elaborou o projeto, implantou e coordenou o Curso de Bacharelado em Administração do Campus de Aquidauana/UFMS