- Por que descentralizar?

- Como pode a descentralização funcionar mais eficazmente?

- Qual é a tarefa da alta administração numa organização descentralizada?

- Quais são as maiores diferenças conceituais entre uma organização centralizada e uma descentralizada?

A análise racional típica para uma organização descentralizada é o aumento de eficiência (e lucros) colocando a responsabilidade pelas decisões nas mãos da pessoa mais qualificada para tomá-las.

Teoricamente, isto significa movimentar o sentido de tomadas de decisões para baixo até que se atinja o "homem certo no lugar certo", aquele que está bastante familiarizado com todos os fatores que devem ser levado em consideração quando da tomada de qualquer decisão e que, por conseguinte, está na melhor posição para avaliar tais fatores e tomar a decisão correta.

A analogia mais frequentemente utilizada é comparar o trabalho de um gerente de divisão com o do presidente de uma empresa pequena; o gerente de divisão tem a responsabilidade pelo desenrolar do seu negócio da mesma forma que ele teria se fosse o mais alto executivo numa organização independente.

Não obstante a analogia usada, é claro que uma operação descentralizada implica num conjunto diferente de relações organizacionais do que as encontradas na forma de uma empresa centralizada. A descentralização pode conter a promessa de grandes potenciais em termos de um desempenho administrativo aperfeiçoado, mas também existem alguns custos escondidos, e a capitulação de um controle rígido pela alta administração não é o único.

A fim de fazer com que a descentralização funcione, os gerentes de divisões devem ter plena responsabilidade pelas operações de seus negócios e a alta administração terá que adaptar suas atitudes para enfrentar este outro lado da moeda: os gerentes de divisões também podem errar.

O papel da alta administração numa organização descentralizada é, antes de tudo, educacional e não operacional; os seus esforços devem ser dirigidos, preferivelmente, para treinar os gerentes de divisões a tomar melhores decisões, do que eles próprios o fazerem. Isto significa que os executivos da alta administração devem funcionar principalmente como conselheiros e orientadores, aos quais os gerentes das divisões podem trazer problemas importantes para discussão. Em tais discussões, é da responsabilidade do gerente de divisão delinear as alternativas e avaliar os prós e os contras de cada problema. O seu superior desempenhará sua tarefa levantando questões perspicazes e verificando a lógica das ações propostas.

A diferença sutil entre este método de operar e uma organização centralizada, na qual o subordinado prepara a mesma espécie de sumário da situação e o traz para seu superior para que seja tomada uma decisão é, fundamentalmente, uma questão de assinalar a responsabilidade pela iniciativa.

Numa operação descentralizada é o gerente de divisão que tem a responsabilidade pelo início da ação; ele poderá tomar a decisão por sua própria autoridade ou poderá aproveitar a situação para discutir o problema com seu superior se concluir que assim poderá chegar a um melhor julgamento. Tal procedimento diferencia-se acentuadamente do método de uma organização centralizada na qual somente a alta administração é que toma qualquer iniciativa.

Referência Bibliográfica
DEARDEN, John (é professor associado de administração de empresas da Havard Business Scholl). O caso da briga entre divisões  In: Coleção Harvard de Administração. São Paulo: Nova Cultural, 2002. p. 95-119. v. 4

*Carlos Frederico Corrêa da Costa é doutor em História Social e bacharel em Administração. Elaborou o projeto, implantou e coordenou o Curso de Bacharelado em Administração do Campus de Aquidauana/UFMS.