Domas, rédeas, regras, pensamentos arbitrários, vida ao contrário.
Rédea da vida, rédea da égua, crina ao vento, sensualidade a galope, tesão na anca, ano novo, eterna esperança...
Salto mortal para dentro do sonho, Niemeyer  traçou em palavras: “ a gente tem que sonhar senão as coisas não acontecem” - mãos à obra, sonhe, oportunidades aparecem!
A gente traça o sonho e o desespero na mente, a gente é o bem ou o mal da gente, a gente quer tudo loucamente e exige que tudo seja urgente!
O desafio humano de ser paciente, de aguardar o tempo, o espaço da gente, passo por passo, mãos na rédea a cavalgar tranquilamente... indomável é a vida, esperar... sonho que alimente, sonho de que o amor aumente.
Surgí da alta bugresia, salamaleque me asfixia, sou flor que despetala, levo pétalas e aromas poéticos aos homens espertos, levo sementes as crianças do orfanato, levo branduras  esvoaçantes e calmantes  as mães na hora do parto.
Descalço o pé não é em falso, “ganha liberdade na amplidão”, os pés no chão a areia molda, a profusão das coisas a tudo retorna, o camalote a água acalma, prende e confunde seu curso, o barro esculpe a arte, esculpe o pé, esculpe o jarro que abriga a água que mata a sede, que serve o tereré.
Os pés calejados não percebem o chão, a pele e o calo se fundem, se adaptam aos pedregulhos, aos paralelepípedos quentes  que ardem e queimam como o sol da terra mãe, dos anos dourados  e de todos os fardos carregados na claridade e na escuridão.
Ajeite-se  outra vez, entregue-se a vida e, com ativez , dance e conduza a dama da vida em 2016.
Seja com o sim, seja com o não ou com o talvez, siga em frente, ame, sonhe mais uma vez, sem rimas, sem versos, sem estímulos clichês, pise no chão, com calo nos pés, tente, se embrenhe no mato, pule no rio, visite um tio, cante alegremente com fluidez, quebre as normas, desalinhe tudo como o vento um dia fez.
Refaça, arrume e desarrume, como poetas, como deuses e dúvidas , como reis, como bugres, como aves, como répteis, repita, ouse, viva intensamente, mês a mês, faça  tudo outra vez.
Essa agonia de viver  com rigidez, como manda o figurino , como quer um Marquês , com cabrestos e rédeas, faz refém a alma, desfaz  o que refez, poda a asa, atrasa o vôo, mais uma vez.
Felicidade, aprochegue-se, aconchegue-se aqui, em 2016, nos beije, “um beijo vale pelo que contém”, nos faça belos como são bonitos os felizes , releve nossos deslizes, amenize nossas cicatrizes e more aqui felicidade, imersa no mundo, no país dos esperançosos, na cidade da solidariedade, na rua da alegria, no coração do amor profundo que bate dentro da casa  de número 2016!