*Por Rosildo Barcellos 
 
A nação clama por mudanças e estas ações estão sendo acompanhadas pelo mundo todo.Os mais conhecidos veículos de comunicação do mundo estampam as manifestações brasileiras desta semana.Desde o jornal argentino “El Clarin” passando pelo britânico “The Guardian”, o conhecido jornal francês “Le Monde” e até no site da rede árabe “Al Jazzera” tratam do assunto.Este último com a manchete”manifestações contra o alto custo do transporte público e com a Copa do Mundo de 2014 refletem a insatisfação com as politicas do governo".
 
O resultado, por enquanto, é que doze capitais brasileiras reduziram a tarifa do transporte coletivo, das quais nove de aplicação “incontinenti”, beneficiando sem demora a população. Em Campo Grande/MS, a mudança, de R$ 2,85 para R$ 2,75, só entrará em vigor no começo do mês que vem. Infelizment, em algumas cidades, houve confronto com a Polícia, o que ofuscou um pouco a grandeza dos atos. Entretanto a continuidade dos movimentos nas ruas revigora o fato de que a pauta de reinvindicações é ampla, incluindo solicitações por melhorias nas mais diversas áreas, além de transparência dos gastos públicos, análise de supefaturamentos nas obras da copa e combate à corrupção. Em suma, são recados claros à classe política e ao poder público instituído.
 
As ruas dizem que o governo precisa realizar com eficiência sua lição de casa, comunicar oque está fazendo e como está fazendo e ainda explicar os óbices que o impedem de fazer mais e melhor. Hoje, o Brasil tem 80.9 milhões de usuários de internet. Na zona rural, apenas 10% dos domicílios estão conectados mas também mostrou a força que outrora não existia do Facebook, Twitter, Instagram e WhatsApp. Isto posto, negligenciar demandas populares e movimentos sociais é temeroso. Há uma necessidade imperiosa de se ter em mente estar sempre consultando as prioridades das pessoas e que tem faltado aos governos pastas que tratem das articulações com a sociedade civil. É um equívoco governar perdendo a interlocução com as lideranças sociais. E é preciso lembrar que existe um outro grupo da população brasileira que, neste momento, se encontra silencioso, mas que certamente seu grito será ouvido muito claramente nas urnas.
 
Nós deixamos o país solto e acreditando ingenuamente na bondade e nos discursos doces daqueles que lideraram até aqui. Mas saibam todos que nós, articulistas, não fugimos de luta alguma. Os preços altos estão prejudicando o planejamento familiar e a vida das pessoas. O ano começou difícil com a alta dos alimentos (cerca de 15%), problemas de safra, seca no Nordeste e gargalos nos portos. Já estava difícil fechar o mês e para a classe média o reajuste das passagens foi a gota d´água. Aliado a isso, o valor dos aluguéis subiu acima das expectativas e projeções. Faltam médicos em 41% das cidades do nordeste, faltam remédios e falta merenda na escola e comida na mesa.São muitos motivos mas um só objetivo: viver com um mínimo de conforto e segurança para nossas famílias.
 
Quo vadis? é uma frase latina que significa "Para onde vais?" ou "Aonde vais?". O uso moderno da frase refere-se a uma tradição cristã aonde São Pedro encontra Jesus quando fugia de uma provável crucificação em Roma. Pedro pergunta a Jesus "Quo Vadis", e Jesus lhe responde, "Eu estou indo a Roma para ser crucificado de novo." (Roman vado iterum crucifigi.); prontamente Pedro ganha coragem para continuar seu ministério e a partir daquele momento torna-se um mártir e se transforma na personagem mais importante para o crescimento da fé cristã na época.
 
*Articulista