Choveu...
Molhou...
As letras iniciais, esboçadas na terra, como aquarela, aguou
A vida deságua na lágrima, sonhos perdidos, há vastidão
Corixos enchem o cantil, bitolas encharcadas pedem comedimentos
Há limitação...
A água mina da terra, simbiose, harmonia, devastação
As letras incrustadas na alma saltam aos olhos, dedilha-se com o coração
Letras pantaneiras rastejam e voam alto, embrenham-se na mata....
Com ferro em brasa marcam o gado, reivindicam o legado da civilização
Letras inicias, medianas, atemporais.... na poesia, na certidão e na lápide
Traduzem desimportâncias humanas imponentes... terminaremos, todos, no mesmo chão
Letras impactantes, encanto doce, guardam memórias, fixação
Letras, pedregulhos, forquilhas, folhas secas, cato gravetos, escrevo à mão
Madrugada chuvosa, letras importunam o sono, concatená-las é mansidão...
Dia datado, agendas estipuladas, letras flexionadas, encontro e emoção
Morenice me inquietando, letras escondem toda intenção...
Letras, corixos, gravetos, terra molhada, coragem feminina, alucinação
Semana iniciante, letras marcantes, reveladoras, nada será em vão.